22 de fev. de 2010

Um jeito Rock and roll de ser

Marcinha  tem um jeito Rock and roll de ser...


Clarice Lispector já dizia: "Já que sou, o jeito é ser!"; então ela decidiu ser.


"Sou uma garota rock and roll. Ou melhor, nasci punk. Não na melodia que polvilha meus poros, mas nas minhas atitudes e verdades.


Não me peça MPB. Não espere bossa. Sou muito mais Janis que João Bosco. Chico? Obrigada, dispenso. Prefiro comer pão com queijo num pé sujo, dá no mesmo.


“Respeito muito minhas lágrimas, mas ainda mais minha risada” e por ser Caetano mano de Dylan, amo.


Nas minhas letras não cabem laiá-laiá, não há espaço para tumbalaiê. Enrolação e firulas verbi-voco-visuais para mim é coisa de quem não tem o que dizer.


Se eu fosse um chocolate, seria um bombom com recheio de geléia de pimenta. Gosto do que escorre, da surpresa.


Se fosse um filme, seria um Almodóvar, já que falo com eles - sujeitos em coma; embora tenha Sartre entre meus livros de cabeceira, jamais seria um Woody Allen.


Não sou retrô nem moderna. Sou uma garota do meu tempo. Uma garota que possui as mesmas, ou, quase as mesmas, aflições que qualquer outra.


Não preciso ouvir música clássica, já uso colar de pérolas.


E embora eu pareça meio louca e já tenha ficado de calcinha e sutiã no palco, não tiro a roupa para qualquer um.


Não sou Caju. Não estou, nunca estive e nunca estarei jogada aos pés de ninguém, embora às vezes eu seja meio exagerada.


Boleros me fazem rir. Música latina me excita. Valsa da insônia me dá sono.


Silêncio só se for regado a jazz: com harmonia e melodia.


Portanto, honey, não espere que eu esteja sempre bem penteada, usando roupas beges, falando baixo, carregando clássicos da literatura debaixo do braço, que seja discreta e banque a dama na rua e a puta na cama.


Posso ser dama na cama e puta na rua. Depende da bebida, da pomba-gira, da cigana que me habita, da roupa íntima e da intimidade estabelecida. Depende da minha vontade. Ela, a minha vontade, e somente ela, é quem me guia.


Sou artista, vivo em camarins, onde posso ser outra a qualquer momento sem sentir pena de mim, sem sentir pena do que não fui e do que poderia ter sido, porque a porta de um camarim é uma entrada para a reinvenção de si.


Não sou como você, “um gatinho que quer comer o peixinho mas não quer molhar as patinhas”


Da MPB eu fico com o refrão: “eu sou assim, quem quiser gostar de mim, sou assim”...






by Mônica Montone"

Um comentário:

oticas sp disse...

Essa música do The cure é liiinda demais ! Adoro TODAS as músicas deles.acho que já tenho todos os CD's =) e não é vdd que garotos não choram.. rs

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